Na semana passada este portal publicou meu artigo intitulado, O SETOR ÓPTICO VAI PAGAR
CARO PELO CRESCIMENTO. O leitor pode rever e, constatar que alertei para o problema da
falta de mão de obra especializada, problema este que afeta todo o Brasil.
Tenho recebido comentários, sugestões e críticas sobre meus artigos, contudo, a contribuição
que os mesmos têm proporcionado para alguns leitores me deixa gratificado. Leia no texto
a seguir, comunicação recebida de leitor assíduo dos meus artigos, onde o mesmo confessa
sua desilusão, e, ao mesmo tempo, a esperança de poder se realizar com consultorias e
treinamento.
“Como disse anteriormente, estou procurando uma oportunidade de consultor para trabalhar
visitando óticas. Mas está muito difícil aqui em São Paulo. Vejo que muitos dos consultores que
nos visitam nas óticas não tem conhecimento técnico.
Estou com planos de sair da cidade de São Paulo junto com minha esposa devido ao estresse
desta cidade que está me fazendo muito mal.
Estou procurando cidades de médio ou pequeno porte no interior paulista. Meu único medo é
se vou conseguir emprego com a mesma facilidade que costumo conseguir aqui em São Paulo
como Técnico em Óptica.
Qual o conselho que o senhor me dá, visto que é uma pessoa que conhece melhor que
ninguém o setor óptico no Brasil?
Sou
Técnico em Óptica formado pelo SENAC São Paulo; já trabalhei como montador,
vendedor e consultor, técnico em controle de qualidade em um grande laboratório de São
Paulo.
Então já tenho uma boa experiência no ramo e pretendo usá-la em outra cidade fora de São
Paulo capital”.
Em minhas andanças pelo Brasil, notadamente no estado de São Paulo onde tudo é grandioso,
inclusive os problemas, noto a ausência de profissionais dedicados ao ensino das melhores
práticas nos balcões das óticas. Nos seminários que realizo em parceria com o Sindióptica.SP,
sempre ao final, os espectadores me pedem dicas de atendimento, e, outras as quais não sou
tão versado.
O depoimento acima, demonstra claramente que, existem profissionais egressos de entidades
conceituadas como o Senac, dispostos a multiplicar seus conhecimentos para melhorar a
qualidade do atendimento em óticas.
Fiquei triste por um lado, quando vi tanta desilusão, mas, feliz por outro, afinal, muitos destes
profissionais existem no mercado, porém lhes falta um rumo a seguir. É de se lamentar uma
jóia como esta pouco validada pelo mercado, quando o mercado precisa tanto para se lapidar.
Quero aproveitar a oportunidade para lançar um desafio: Vamos criar um movimento
transformador, com pessoas do bem, que desejam o crescimento do setor óptico brasileiro.
Comprometo-me a criar curso de multiplicadores com abrangência nacional, onde tantos
quanto possam, se qualifiquem para ensinar as melhores técnicas de atendimento e técnica
de óptica. Para realizar esta tarefa, preciso contar com a colaboração de empresas do setor de
armações, lentes e laboratórios, e ainda, as entidades de classe comprometidas com o futuro
da óptica no Brasil.
Vendedores pouco éticos e não comprometidos com a empresa, são demitidos de uma ótica
hoje, e, no outro dia, já estão contratados por outra ótica, sem que, ao menos esta, investigue
os antecedentes da pessoa.
Um setor que promete crescer 100% até 2014, não pode cruzar os braços e ficar à mercê da
mão de obra desqualificada.
Neste cenário, está claro que o círculo virtuoso não se fecha. Ao
contrário, vemos um círculo vicioso que tanto prejuízo causa ao mercado.
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