quarta-feira, 1 de maio de 2013

DE CONSULTOR A DONO DE ÓTICA

Este ano incorporei uma ótica ao meu projeto, pois meus métodos precisavam de um laboratório onde seriam testados. Nas consultorias que realizava, nem sempre eu contava com a concordância dos lojistas para colocar em prática algumas idéias inovadoras.

Tudo começou quando fui convidado para fazer consultoria numa ótica, cujo faturamento andava se arrastando, há dois anos, abaixo do ponto de equilíbrio. Os sócios injetavam dinheiro todos os meses para cobrir gastos fixos e alguns poucos investimentos, mas as vendas nunca reagiam.

Passei trinta dias em imersão total no negócio, descobrindo as mazelas que impediam o seu desenvolvimento, e, para minha surpresa as causas apuradas eram as mais comuns em negócios comerciais, afinal nada de complexo apurei nesta fase inicial. A localização é péssima, a divulgação inexistente e a venda espontânea não existia. O faturamento mensal rondava o patamar crítico dos R$ 3.800,00 até dezembro de 2012 ameaçando o fechamento definitivo.

Quando apresentei o plano de negócios aos sócios, pedi que indicassem alguém qualificado para conduzi-lo, afinal, esta é a proposta do meu trabalho. Faço o diagnóstico, apresento o plano de negócios, treino o novo gestor e me despeço deste cliente. Não há como ficar à frente de toda consultoria que realizo, embora tenha desejo de ver meus planos em execução.

Neste caso em particular, recebi uma proposta que balançou minhas estruturas, vez que eu precisava realmente incorporar uma ótica nos meus projetos. Os dois sócios propuseram que eu aceitasse conduzir o plano de negócios, e também aceitasse 1/3 da sociedade sem precisar incorporar ou integralizar capital. Confesso que fiquei lisonjeado, mas também preocupado se àquela aceitação implicaria em algum prejuízo para meu trabalho pelo Brasil.

Aceitei a proposta condicionalmente para o exercício de 2013, assumindo o compromisso de participar do contrato social, somente em 2014. No último mês de março fechamos com uma venda de R$ 8.300,00, ficando a média do trimestre em R$ 6.800,00, portanto um crescimento próximo de 100% da média história dos dois anos anteriores.

Milagre! Não. Algumas medidas foram tomadas para neutralizar as deficiências como sejam: No caso da péssima localização, tomei a decisão de visitar o comércio local propondo parcerias em modelo de aliança, visitei a associação de moradores e firmei um convênio com bônus desconto, além de realizar panfletagem com um grande atrativo (dinheiro vivo). Criei o Informativo SÓ SAÚDE PARA SEUS OLHOS, que circula no ambiente interno das clínicas e consultórios oftalmológicos, anunciei na revista que circula no bairro, etc.

Esperamos com estas ações chegar a um faturamento de R$ 20.000,00 até dezembro, quando concluirei meu trabalho de consultor e passo a ser sócio de uma ótica (superavitária).

Para mim fica claro uma coisa: Não se pode fazer bem, àquilo que não se sabe fazer. Os sócios nada entendem do negócio ótica, contudo se aventuraram nesta empreitada. Realizar pesquisas de mercado, consultar os órgãos competentes que regem a matéria, conversar com pessoas antigas do ramo, seriam conselhos úteis que nunca foram praticados.

Não bastam os planos de ganhar dinheiro e algumas idéias na cabeça para se obter sucesso nos negócios. Antes de tudo é necessário uma boa dose de bom senso e conhecimento sobre o assunto. No caso específica de ótica, existem orientações seguras na série Comece Certo do Sebrae, bem como a cartilha de boas práticas emitidas pelo Sindióptica.SP. Buscando os conselhos dos mestres, os erros podem ser evitados.

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