quarta-feira, 2 de outubro de 2013

SUCESSÃO FAMILIAR EM ÓTICAS
Os empreendimentos ópticos bem sucedidos que já alcançaram a marca dos vinte ou mais anos, certamente corroeram as energias dos seus fundadores, os quais já pensam em passar o bastão aos descendentes, quando estes existem, e estão em condições de sucedê-los.
Quando a sucessão familiar é bem orientada ou planejada em tempo hábil, uma transição sem traumas e conflitos entre familiares é possível, proporcionando uma convivência mais amistosa e duradoura. Ao contrário, se a sucessão é desejada, mas nunca foi objeto de compartilhamento em família, os conflitos são iminentes. É comum nestes casos ocorrer de os prováveis sucessores pensarem nos seus projetos pessoais de vida, dos quais, provavelmente os negócios familiares estejam fora de questão.
As opções de formação profissional, bem como as oportunidades de emprego surgidas nos últimos tempos, tornaram mais acessíveis o ingresso de jovens bem preparados. A liberdade de aprender idiomas em intercâmbios culturais, os altos salários pagos por empresas públicas e privadas aos empregados de boa formação acadêmica e técnica são grandes atrativos para os jovens, que pensam em se libertar das pressões familiares por sucessão nos negócios.
Quando o universo de oportunidades, fora da esfera da ótica já foi conhecido pelos possíveis sucessores, fica difícil para os fundadores convencerem estes familiares, sobre a importância da sucessão em família. Diz um provérbio popular: “É de pequenino que se torce o pepino!” É bem provável que você já tenha ouvido este ditado.
É o cuidado com a educação e o lento processo de aprendizagem nos negócios da família, que desenvolve nos prováveis herdeiros, o interesse pela sucessão. Os aspectos morais, sociais e econômicos do negócio podem patrocinar a inserção do familiar no empreendimento. Contudo, o fator “vocação” é determinante para a sucessão vitoriosa.
Embates verbais e contendas familiares são comuns, quando os pais tentam impor aos filhos tardiamente suas preferências, inspiradas em conceitos retrógrados ou fora dos padrões que regem a convivência familiar democrática. O diálogo e o respeito mútuos devem ser a tônica das relações, afinal, idade avançada, nem sempre é sinal de sabedoria, apesar de muitos pais insistirem neste diapasão.
Investir na formação dos filhos para que apenas satisfaçam aos desejos egoístas dos pais investidores, configura-se num ato de simples troca compulsória de favores. Aos filhos se permite o livre arbítrio, respeitando-se suas preferências e competências. Filhos que não se interessam pela sucessão direta nos empreendimentos familiares não são inimigos dos negócios. Eles podem influenciar e até colaborar para a continuidade destes empreendimentos bem sucedidos. Para tanto, uma boa dose de diálogo franco e respeito pela opinião destes filhos é determinante para obtenção dos planos de sucessão familiar.
Não dá para lutar contra a maré. Se os filhos decidirem por seus projetos de vida, fora do negócio (ótica); melhor tê-los como herdeiros e conselheiros do que vê-los distantes da família e dos negócios.
Luiz Amorim – Consultor Comercial e autor do livro (O SEGREDO PARA VENDER + ÓCULOS).