A CHINA NÃO
É A ÚNICA CULPADA
É comum
vermos pessoas do nosso ramo culparem os produtos chineses pela má qualidade,
porém estas não assumem seu grau de culpabilidade ao adquirirem as armações
(made in China) por preço baixo e, venderem em suas lojas por valores
exorbitantes. Eles sabem que os produtos não prestam, pois ouviram muitas
reclamações dos clientes.
Um pouco de
história não faz mal para conhecermos um pouco, as razões desta festa de importados
que inundou o mercado óptico brasileiro.
A China
agrícola dos anos 1949 explorada pelo imperialismo japonês e a dependência do
capital russo, resolve declarar sua independência com a revolução iniciada pelo
seu timoneiro Mao Tse-Tung. Este líder criou uma série de reformas, dentre elas
“o grande salto avante” de 1958 que preconizava a industrialização maciça da
economia.
Com o
afastamento da Rússia, ocorreu uma aproximação com os Estados Unidos, definindo
assim a entrada da China na OMC (Organização Mundial do Comércio), o que
ocorreu em 2001. Tendo criado as ZEE’s (Zonas Econômicas Especiais) pela
revolução, deu-se o início das exportações em larga escala para o ocidente, dirigidas
principalmente aos países emergentes como o Brasil.
Por explorar
a mão de obra barata e copiar patentes bem sucedidas, logo o produto chinês
alcançou lugar de destaque nas prateleiras do mercado mundial. O
comprometimento do Brasil com exportações de (commodities) para àquele país,
pauta importante da balança comercial brasileira, tornou nosso governo refém
das exportações chinesas e cúmplice da comercialização interna dos seus
produtos.
Até o ano de
2008 quando o PIB chinês alcançava índices fabulosos (10%), a qualidade da
maioria dos produtos importados deste país era duvidosa, ou, comprovadamente de
má qualidade. A entrada destes produtos no Brasil, ainda é tolerada pela
ausência de fiscalização nos portos, corrupção dos agentes alfandegários, e,
pela negligência dos institutos que regulamentam a qualidade dos mesmos.
Atualmente o
governo chinês busca uma mudança de parâmetros que projete seus produtos no
mundo como produtos de alta tecnologia e
confiáveis. Esta iniciativa é fruto da mudança de paradigmas, afinal a
China não deseja ser o patinho feio da OMC. Muitas empresas de grifes
ocidentais conhecidas, estão instaladas na China, e, operam com padrões de
qualidade referenciadas por suas matrizes no ocidente. Portanto, algo de novo
está acontecendo no continente asiático, capitaneado pela China, que irá mudar
o cenário caótico da indústria exportadora.
Façamos aqui
um “mea culpa”, afinal sabemos quando um produto não recomenda seu uso, muito
menos sua comercialização. Por que alguns lojistas compram estes produtos se
sabem da procedência duvidosa e da má qualidade?
Estes lojistas
alimentaram o monstro, e, agora culpam-no para expiar seus pecados. Eles
emporcalharam o mercado dos lojistas sérios, e, tornou a sobrevivência difícil.
A ganância e o lucro fácil seduziram estes comerciantes “inocentes” que agora
amargam as devoluções impossíveis, gavetas cheias de tranqueiras, e ainda, o
gosto amargo da Vigilância Sanitária.
Luiz Amorim – Consultor Comercial do setor
óptico
Autor do livro: O segredo para vender +
óculos
luiz.amorimescritor@gmail.com