A INEVITÁVEL ZONA DE CONFORTO QUE ALIMENTA O ÓCIO
Enquanto o desemprego aumenta, a busca por uma vaga no
mercado de trabalho toma fôlego dentro desta crise que ameaça nossa segurança.
Novos candidatos tentam se habilitar, enquanto os desempregados disputam a
mesma vaga com disposição nunca vista em época de normalidade econômica.
Nas entrevistas os candidatos se esmeram e tentam demonstrar
todo potencial adquirido para merecer a vaga, sendo por fim àquele melhor
sucedido acolhido no novo emprego. Muitas destas vagas são disputadas de forma
acirrada, levando os concorrentes a se olharem de forma hostil como se o outro
fosse uma pedra no caminho.
Por fim, após uma maratona de perguntas e respostas (nem sempre convincentes), a vaga é
preenchida, indo o novo empregado se misturar aos antigos vendedores. Enquanto
os antigos tentam doutrinar o novo colega, este desavisadamente mostra uma
disposição de leão para se fazer merecedor dos elogios de todos. Mal sabe este
pobre coitado que logo será reconduzido ao lugar comum onde se pratica o ócio diário.
Existe um componente na natureza humana que nos conduz a
inércia, sempre que não somos exigidos para correr, lutar ou fugir. Talvez o
instinto primitivo explique este comportamento, contudo a atividade de venda não
tolera a viciante “zona de conforto”.
No início o novo contratado deseja saber de tudo, mostra-se
interessado e amistoso, e, é todo sorriso quando inicia o contato com clientes.
Com tanta disposição se assemelha a alguém que tomou um “red bull” para ganhar
asas. Após alguns dias este ânimo arrefece e o efeito do energético mental
começa a se desfazer devolvendo-o ao espaço terreno onde vivem seus pares.
Passados mais alguns meses, lá está o novo empregado fazendo
fileira com os antigos vendedores para entrar na inevitável zona de conforto que alimenta o ócio. Desta forma ele
agora faz parte do time e não pode contrariar a maioria. Melhor ser igual do
que mostrar-se diferente e ser ameaçado de demissão pelos próprios colegas.
Certamente existem muitos vendedores competentes e
comprometidos, mesmo novos candidatos, porém este componente natural da
natureza humana nos surpreende, fazendo-nos refém deste comportamento
inconveniente.
Vários são os fatores que interferem nas atitudes e
comportamentos das pessoas, e por esta razão os empresários devem ficar atentos
para desvios de condutas. É preciso vigilância eterna ao quadro de vendedores,
pois sem uma liderança presente e
exigente não existe vendedor obediente.
Profº
Luiz Amorim – Consultor Especializado
Autor
do Livro: O segredo para vender + óculos
luiz.amorimescritor@gmail.com
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