Este ano incorporei uma
ótica ao meu projeto, pois meus métodos precisavam de um
laboratório onde seriam testados. Nas consultorias que realizava,
nem sempre eu contava com a concordância dos lojistas para colocar
em prática algumas idéias inovadoras.
Tudo começou quando
fui convidado para fazer consultoria numa ótica, cujo faturamento
andava se arrastando, há dois anos, abaixo do ponto de equilíbrio.
Os sócios injetavam dinheiro todos os meses para cobrir gastos fixos
e alguns poucos investimentos, mas as vendas nunca reagiam.
Passei trinta dias em
imersão total no negócio, descobrindo as mazelas que impediam o seu
desenvolvimento, e, para minha surpresa as causas apuradas eram as
mais comuns em negócios comerciais, afinal nada de complexo apurei
nesta fase inicial. A localização é péssima, a divulgação
inexistente e a venda espontânea não existia. O faturamento mensal
rondava o patamar crítico dos R$ 3.800,00 até dezembro de 2012
ameaçando o fechamento definitivo.
Quando apresentei o
plano de negócios aos sócios, pedi que indicassem alguém
qualificado para conduzi-lo, afinal, esta é a proposta do meu
trabalho. Faço o diagnóstico, apresento o plano de negócios,
treino o novo gestor e me despeço deste cliente. Não há como ficar
à frente de toda consultoria que realizo, embora tenha desejo de ver
meus planos em execução.
Neste caso em
particular, recebi uma proposta que balançou minhas estruturas, vez
que eu precisava realmente incorporar uma ótica nos meus projetos.
Os dois sócios propuseram que eu aceitasse conduzir o plano de
negócios, e também aceitasse 1/3 da sociedade sem precisar
incorporar ou integralizar capital. Confesso que fiquei lisonjeado,
mas também preocupado se àquela aceitação implicaria em algum
prejuízo para meu trabalho pelo Brasil.
Aceitei a proposta
condicionalmente para o exercício de 2013, assumindo o compromisso
de participar do contrato social, somente em 2014. No último mês de
março fechamos com uma venda de R$ 8.300,00, ficando a média do
trimestre em R$ 6.800,00, portanto um crescimento próximo de 100% da
média história dos dois anos anteriores.
Milagre! Não. Algumas
medidas foram tomadas para neutralizar as deficiências como sejam:
No caso da péssima localização, tomei a decisão de visitar o
comércio local propondo parcerias em modelo de aliança, visitei a
associação de moradores e firmei um convênio com bônus desconto,
além de realizar panfletagem com um grande atrativo (dinheiro vivo).
Criei o Informativo SÓ SAÚDE PARA SEUS OLHOS, que circula no
ambiente interno das clínicas e consultórios oftalmológicos,
anunciei na revista que circula no bairro, etc.
Esperamos com estas
ações chegar a um faturamento de R$ 20.000,00 até dezembro, quando
concluirei meu trabalho de consultor e passo a ser sócio de uma
ótica (superavitária).
Para mim fica claro uma
coisa: Não se pode fazer bem, àquilo que não se sabe fazer.
Os sócios nada entendem do negócio ótica, contudo se aventuraram
nesta empreitada. Realizar pesquisas de mercado, consultar os órgãos
competentes que regem a matéria, conversar com pessoas antigas do
ramo, seriam conselhos úteis que nunca foram praticados.
Não bastam os planos
de ganhar dinheiro e algumas idéias na cabeça para se obter sucesso
nos negócios. Antes de tudo é necessário uma boa dose de bom senso
e conhecimento sobre o assunto. No caso específica de ótica,
existem orientações seguras na série Comece Certo do Sebrae, bem
como a cartilha de boas práticas emitidas pelo Sindióptica.SP.
Buscando os conselhos dos mestres, os erros podem ser evitados.
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