Autor: Prof. Luiz Amorim
Nas
vitrines e nas exposições internas as armações de óculos são
verdadeiros objetos de desejo. Observadas e queridas constantemente
pelos clientes, elas atraem os apaixonados ao interior da loja e os
entrega solenemente aos vendedores para completarem o ciclo da
paixão.
Aí começa a decepção amorosa! Alguns vendedores, pouco afeitos às
coisas do desejo, não identificam os sinais emitidos pelo cliente
apaixonado e lá vai ele, correndo pegar armações, sem ao menos
perguntar algo sobre o OBJETO DA SEDUÇÃO. Logo está de volta com
montadas delas na mão, uma por cima da outra numa orgia sem
critérios. Coloca-as na mesa e aos borbotões inicia o espetáculo
deprimente de apresentações.
Certamente
existe algum exagero nas citações acima, porém são propositais
com intuito de chamar atenção dos poucos que praticam estes atos
maléficos. Existe muito profissional competente no mercado, que sabe
exercer seu ofício e dignifica a profissão, entretanto, existem
outros que só estão ali “passando uma chuva” e não se
comprometem com o trabalho em longo prazo. Faz pouco tempo que em
visita de avaliação numa loja de grande rede, testemunhei in
loco
este ato negativo.
Em
Salvador-BA, existe uma feira popular denominada São Joaquim, aonde
todos os anos no mês de setembro, a população vai se abastecer de
quiabos para a festa de São Cosme e São Damião. O produto é
vendido na medida de “uma mão” que equivale a uma dúzia. Este
gesto é instituído para evitar a perda de tempo com tanto produto.
Desculpem meus leitores, mas levar armações de óculos até a
posição de trabalho na forma que alguns, fazem mais parecer que
estão vendendo quiabo na feira de S. Joaquim.
Poucos
vendedores entendem sobre a arte de VENDER VALOR, para com esta
atitude inteligente: cativar, reter e concretizar vendas. O cliente
sabe diferenciar atendimento convencional prestado pela maioria dos
medíocres, e atendimento de VALOR prestado por verdadeiros
profissionais. Agora resta saber de que lado o lojista de ótica
pretende colocar seus vendedores.
Muitos
empresários se queixam das vendas ruins ou do baixo movimento em
suas lojas. Mal sabem eles, que esta mazela vem-se construindo ao
longo de meses e anos e agora chegou ao limite. Os clientes fazem
escolhas criteriosas durante seu processo de valoração do
investimento, portanto, não me surpreende que muitos quebrem e
poucos sobrevivam nesta onda de baixo serviço.
O
número de divórcios e separações está aumentando cada vez mais
porque os pares não estão entregando no casamento o que prometeram
no namoro e noivado. Da mesma forma muitas vendas estão se perdendo,
pois ao se “apaixonarem” na vitrine os clientes perdem o encanto
no interior da loja. Os OBJETOS DA SEDUÇÃO tornaram-se “sapos que
eram príncipes”.
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